terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Projeto Espacial Brasileiro – parte 1


VLS 1 (Veículo Lançador de Satélites)
 
Bem, este é o primeiro de uma série de artigos que resolvi escrever sobre um assunto pouco explorado e difundido, tanto no meio acadêmico quanto na imprensa de nosso país. Estou falando do Projeto Espacial Brasileiro.

Realmente é um pouco estranho se falar de projeto espacial em um país onde grande parte de sua população ainda passa por dificuldades para conseguir se alimentar, onde 28,8%* de seu povo vive em pobreza absoluta. O Brasil é uma nação que ainda possui altos índices de analfabetismo e que apresenta baixíssimos índices de desenvolvimento humano com taxas de mortalidade infantil de fazer vergonha.

Mas, mesmo tendo todos esses problemas em maior escala de importância e urgência para serem tratados, é importante também que o Brasil possua um projeto de exploração espacial. Claro que é absurdo se pensar em um projeto de exploração espacial nos moldes dos projetos americano e russo, na realidade até mesmo esses países vem diminuindo consideravelmente os recursos para seus projetos, tendo em vista o fim da Guerra Fria e da corrida espacial.

Num mundo globalizado como o de hoje, as necessidades para uma exploração espacial são sustentadas por questões econômicas e não mais por necessidades militares. É economicamente interessante que o Brasil possua tecnologia espacial. Nosso país está tentando entrar em um setor da economia ainda restrito a um pequeno grupo de nações. Possuir tecnologia para o lançamento de satélites geoestacionários e de telecomunicações é hoje o foco principal do Projeto Espacial Brasileiro encabeçado pela AEB (Agência Espacial Brasileira) com a participação da FAB (Força Aérea Brasileira), do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e de outras instituições ligadas a área de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia, como universidades e faculdades.

Países em desenvolvimento como Rússia, China e Índia já possuem esta tecnologia e lucram economicamente com a exploração deste tipo de serviço. O Brasil tem potencial para ser uma alternativa economicamente interessante no lançamento de satélites, caso venha a dominar esta tecnologia, por possuir uma grande extensão territorial e boa localização geográfica.

Cabe ao governo brasileiro a persistência pela busca deste conhecimento. Este processo desencadeará um ciclo virtuoso que, assim como aconteceu em outros países, ajudará, com o desenvolvimento tecnológico que tal atividade desencadeia, - aumentando e incentivando a produção científica, criando centros de excelência na formação de profissionais em tecnologia - toda a indústria nacional a tornar-se cada vez mais competitiva e atraente também na produção de bens de alta tecnologia e valor agregado.

* Índice divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

E aí, Universo? Reconhecimento de constelações.



Quando se fala em observar o céu, imagina-se que ficaremos olhando milhares de pontinhos cintilantes e estáticos que aparentemente não formam nenhuma ligação entre si. Aos que pensam assim, é importante lembrar que existe um sentido nas estrelas que preenchem nosso campo noturno de visão.

Desde tempos remotos, as civilizações observam o céu (para se orientar e principalmente por gostarem da imensidão celeste) e nas estrelas projetavam seu cotidiano. Astronomicamente, um grupo de estrelas é caracterizado por "constelação" (qualquer conjunto de estrelas pode ser chamado de constelação, no dicionário).

Em termos comuns, uma Constelação é um grupo de estrelas que aparecem próximas umas das outras no céu e quando são ligadas formam objetos, seres mitológicos ou animais de espécies distintas. Nessas constelações podemos encontrar diferentes objetos inclusos na mesma região, mesmo sem qualquer ligação astrofísica com outro objeto ou estrela da constelação.

Existem 88 constelações, sendo que se subdividem em Boreais, Austrais, Zodiacais e Equatoriais. Essas denominações fazem parte do local em que elas estão: Hemisfério norte, Hemisfério Sul, próximas aos limites entre Hemisfério Sul e Norte e Equador, respectivamente. 

Algumas das constelações boreais são: Andrômeda, Áries, Cisne, Dragão, Perseu e Ursa Maior. Já entre as austrais estão: Centauro, Cruzeiro do Sul, Lagarto e Sagitário. São visíveis na altura da linha do equador celeste, entre outras: Baleia, Peixes, Capricórnio e Orion.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL

(Nebulosa de Orion, remanescente de supernova)

Como o mecanismo do colapso estelar em supernovas não é suficientemente compreendido, ainda não se sabe se é possível uma estrela colapsar diretamente para um buraco negro sem produzir uma supernova, ou se algumas supernovas inicialmente formam estrelas de nêutrons instáveis, que depois colapsam em buracos negros; também não se sabe a relação exata entre a massa inicial da estrela e a do objeto remanescente.

A solução dessas incertezas requer a análise de outras supernovas e remanescentes de supernovas e isso apenas é uma questão de tempo.

Com isso, terminamos a maratona sobre evolução estelar, e em breve darei início à maratona de identificação das principais constelações do céu de nosso Hemisfério Sul. Espero que continuem apreciando o blog!

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL 4


A última forma, e em geral a que todos temem, é de um buraco negro. Mas ele só ocorre se a massa da estrela é alta o suficiente para que a pressão de degeneração de nêutrons não seja forte a ponto de deixar o colapso abaixo do raio de Schwarzschild. ( rs = 2Gm/c²)

Quando a pressão não permite que o colapso fique abaixo do raio, a estrela se torna então um buraco negro. Infelizmente, a masas para que ocorra esse tipo de consequência ainda são desconhecidas, e estima-se que (é apenas suposição) fique entre 2x a 3x a massa do Sol.

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL 3


A segunda forma, seria de uma Estrela de nêutrons. Essa estrela funciona basicamente assim: um núcleo estelar colapsa e a pressão provoca uma captura eletrônica que converte a grande maioria de prótons em nêutrons. 

Isso significa que as forças eletromagnéticas que mantêm os núcleos diferenciados são eliminados (diretamente proporcional ao tamanho: se o núcleo for do tamanho de um grão de poeira, o átomo deveria ser do tamanho de um estádio de futebol) e o núcleo se torna uma densa bola de nêutrons, às vezes envolto  principalmente numa camada de ferro, a menos que mais elementos se juntem à estrela posteriormente.

(continua)

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL 2



A primeira forma seria de uma anã branca ou negra, que é um objeto resultante do processo evolutivo de estrelas de até 10x a massa do Sol. Em outras palavras, isso corresponde a cerca de 98% de todas as estrelas existentes (e vizinhas) que se tornarão anãs brancas, mas apenas 6% das estrelas vizinhas ao Sol já são anãs brancas.  

Estrelas de até 10x a massa do Sol não são massivas o suficiente para que a temperatura interna seja capaz de sustentar a transformação de fusão de carbonos nas reações de nucleossíntese. Depois de se tornar uma gigante vermelha durante a fase de queima nuclear (de He/H), elas expulsarão sua camada externa, formando uma nebulosa planetária  e deixando para trás um núcleo composto basicamente de carbono e oxigênio.

(continua)

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL 1



Olá Vigias! Depois de uma maratona de bilhares de anos, finalmente chegamos nos estágios finais de uma estrela.  A fim de revisão, sabemos que o choque intenso entre partículas, sob condições externas favoráveis (pressão provocada por outro objeto ou uma nebulosa) proporciona o surgimento de uma "protoestrela", estágio de feto de uma estrela.

Quando a protoestrela forma em seu núcleo plasma suficiente para que a estrela possa se sustentar em sua sequência principal, dizemos que a estrela finalmente deixou seu estágio de "feto" e se tornou uma estrela.

A partir daí, fundindo hidrogênio em hélio em seu núcleo, contraindo e expandindo, aumentando e diminuindo suas pressões térmicas e gravitacionais, uma estrela expande tanto, mas tanto, que a sua temperatura começa a esfriar, por seu diâmetro ser grande demais para que o núcleo sustente essa estrutura. Quando a estrela expande e esfria, dizemos que ela se tornou uma gigante vermelha.

Chega um ponto em que o núcleo dessa gigante sofre um colapso. Depois que uma estrela consumir todo o seu estoque de combustível, os seus remanescentes podem tomar uma de três formas, dependendo da sua massa durante sua vida.

(continua)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

E aí, Universo? Evolução Estelar - Parte V


Olá Vigias! 

Nesse imenso universo, como já sabemos, o crescente choque de partículas atômicas, somado com ideais condições de pressão externa, resultam na formação de uma menor manifestação energética (um objeto esférico) catalogado como "protoestrela". Quando o interior desse objeto possuir uma quantidade considerável de plasma (fusão de partículas menores em partículas maiores), podemos dizer que a estrela "nasceu" e que terá combustível suficiente para viver em sua sequência principal. (Quem não leu a segunda parte do post anterior, agora terá que ler de qualquer jeito rsrs).

Hoje daremos início à maratona de morte de uma estrela. Nessa etapa, após um certo tempo na sequência principal, a fusão de hidrogênio em hélio (com a liberação de energia), é o combustível necessário para que o interior estelar se mantenha com uma pressão térmica capaz de equilibrar a pressão gravitacional causada pela massa da estrela.

(Quando ocorre uma diminuição na taxa de produção de energia, a estrela dá início a um processo de esfriamento, que desencadeia uma diminuição também da pressão e a contração de sua massa. Com isso, o interior da estrela mantém-se aquecido, favorecendo o aumento novamente de sua temperatura e de sua pressão térmica, expandindo a estrela.)

Esse balanço entre pressão gravitacional (contração) e pressão térmica (expansão) é que mantém o equilíbrio da estrela. Quando esgota o hidrogênio de seu núcleo, a fusão transfere-se para camadas mais externas, procurando sempre manter esse equilíbrio. 

Dessa forma, quando o processo de fusão estiver bem próximo da superfície, essa pressão térmica pode ser tão violenta a ponto de ser maior do que a pressão gravitacional (responsável pela contração e aquecimento interno) que a estrela se expande indiscriminadamente, ao mesmo tempo, esfriando os gases nas camadas mais superiores.

Podemos dizer então que não há mais jeito, essa estrela, a partir daí, se tornou uma estrela gigante e fria, de coloração avermelhada. (Então, essa estrela recebe o nome de Gigante Vermelha)