sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

E aí, Universo? - M45: As Plêiades



Olá Vigias! Se tratando de nebulosa, a mais famosa é M45 (Messier 45) ou Plêiades, porque é de fácil visualização, tanto a olho nu quanto por binóculos e telescópios, ao lado da constelação de Orion. Também conhecida por "nebulosa Maia", a M45 é composta principalmente por estrelas azuis muito quentes (cujo tempo de vida está além dos 100 milhões de anos) e de uma nebulosa de reflexão que mistura poeira e gás, refletindo o brilho intenso das estrelas.

Historicamente, as Plêiades pertencem aos livros de Ilíada e Odisseia, escritos por Homero em 720 a.C, aproximadamente, como também pertencem aos livros de Hesíodo. Outra fonte importante a respeito encontra-se na própria Bíblia, onde é fácil perceber três referências em Jó (9:7-9 e 38:31-33) e Amós (5:8). O livro de Amós foi escrito no mesmo período que a Ilíada. Conforme a mitologia, o aglomerado era conhecido como Sete Irmãs e na bíblia, como Kiymah.

As Plêiades também são significativas na cultura dos indígenas da América do Sul, em especial para os Tupi-guaranis do Brasil. Seu aparecimento marca o início do ano no Calendário Tupi-Guarani. Além disto, há várias lendas Tupi explicando a existência do grupo estelar. Numa delas é visível o objetivo de incentivar uma "maternidade responsável". Uma jovem tupi, mãe de sete filhos pequenos, não cuidava dos mesmos, deixando-os ao encargo da avó das crianças. Morrendo a avó, a única alternativa dos pequenos foi voar, fugir para o céu e lá formar a constelação do Sete Estrelo, como as Plêiades são conhecidas em português.

As suas sete estrelas são: Alcíone, Asterope, Electra, Maia, Mérope, Taigete e Celeno, representadas pelas sete filhas de Atlas, um dos titãs condenado por Zeus a sustentar os céus e o primeiro rei de Atlântida, casado com Pleione. Alguns relatam que "Plêiades" derivam principalmente do nome Pleione.

Fisicamente, M45 é composta em sua maior parte de estrelas e poeira. Em todo caso, as suas estrelas são envolvidas em uma nebulosa de reflexão. Mas o que é uma nebulosa de reflexão?

Uma resposta simples para uma pergunta também simples: nuvens de poeira que refletem a luz de uma ou mais estrelas vizinhas. Por não terem a temperatura ideal para se ionizar, assim como as nebulosas de emissão, apenas refletem o brilho das estrelas e tornam visível a existência dos gases. Curiosamente, as nebulosas de reflexão são em sua maioria azuis porque a dispersão do espectro azul é mais eficiente que de outros espectros (fenômeno conhecido aqui na Terra também, por isso o nosso céu é azul). 

Apesar de estarem juntas, M45 e a nebulosa de reflexão não pertencem uma a outra. Estudos indicam que a nuvem não é um remanescente das plêiades porque ambas possuem velocidades diferentes. Nesse ritmo, as Plêiades serão levadas até Orion antes de se dispersarem pela Via Láctea daqui a alguns milhões de anos e destruídas por marés de campos gravitacionais.

O próximo post será relacionado a nebulosas planetárias!

E aí, Universo?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

E aí, Universo? NGC 6357

Crédito:HST/NASA/ESA.
Olá vigias! O objeto acima, devidamente catalogado por NGC 6357 está formando algumas das estrelas mais massivas descobertas até hoje. NGC 6357 também abriga os cachos denominados "Pismis 24", que preenchem o campo com estrelas brilhantes e azuis. 

Notem que a região formadora de estrelas é avermelhada, isso nada mais é do que o resultado de uma emissão de gás hidrogênio ionizado. A nebulosa mostrada na foto acima tem um complexo de gás, poeira escura e estrelas em formação (protoestrelas) e estrelas recém nascidas. Esses padrões são causados por interações entre ventos interestelares, pressões de radiação, campos magnéticos e a própria gravidade. 

NGC 6357 possui aproximadamente 400 anos-luz e está a 8 000 anos-luz da constelação de Escorpião.


O próximo post será a respeito dos tipos de nebulosas. Até a próxima!

domingo, 22 de julho de 2012

E Aí, Universo? - Urano


Na História, Urano é uma antiga divindade grega dos céus, o primeiro deus supremo. Foi o filho e marido de Gaia, o pai de Cronos (Saturno), dos Ciclopes e dos Titãs (predecessores dos deuses do Olimpo).

Astronomicamente falando, à olho nu, Urano é um planeta bastante inexpressivo. No entanto, imagens realçadas mostram distintas mudanças sazonais em sua atmosfera à medida em que progride em torno do Sol. Na verdade, há uma intensa batalha em curso sobre os pólos de Urano e o pólo norte! Ou a sua inclinação axial é um pouco mais de 90 graus e sua rotação é direta, ou é um pouco menos de 90 graus e sua rotação é retrógrada.

O campo magnético de Urano não é centralizado. Está inclinado 60 graus em relação ao eixo de rotação e isso provavelmente é gerado pelo movimento com pouca profundidade dentro dele.

Urano foi visitado por apenas uma espaçonave, a Voyager 2 em 22 de janeiro de 1986.
A atmosfera de Urano é composta por 83% de hidrogênio, 15% de hélio e 2% de metano. Sua coloração azul é o resultado da absorção de luz vermelha pelo metano na camada mais externa da atmosfera. Poderiam existir partes coloridas como Júpiter, mas elas estão escondidas da visão pela camada de metano que o envolve.

A Voyager 2 descobriu dez luas pequenas além das cinco grandes já conhecidas. É bem provável que existam vários satélites menores entre os anéis.

Suas luas são: Cordelia, Ophelia, Bianca, Cressida, Desdemona, Juliet, Portia, Rosalind, Puck, Miranda, Ariel, Umbriel, Titania, Oberon, Caliban, Stephano, Sycorax, Prospero e Setebos.

sábado, 21 de julho de 2012

E aí, Universo? - Algol.


Algol em árabe significa "O demônio", nome dado à estrela que, na constelação de Perseu, caracteriza a cabeça da Medusa que foi utilizada para transformar Cetus em pedra e salvar Andrômeda.
Por muitas eras foi considerada um sinal de má sorte, quando na verdade, uma estrela algólica é uma binária eclipsante ou espectroscópica, ou seja, uma estrela binária cujo plano de órbita estelar se aproxima linearmente da visão do observador, fazendo com que seu brilho diminua em 50% e o recupere depois de uma fração de tempo.
 

Na imagem acima, encontram-se Alfa persei (gigante vermelha) e Beta persei (em azul).

terça-feira, 26 de junho de 2012

E aí, Universo? - A Lua (Parte II)



O que causa o fenômeno das fases da Lua?

Agora sabemos que a Lua gira em torno da Terra em aproximadamente 27,3 dias. Isto é, essa medida é em relação às estrelas, o que chamamos de período sideral ou orbital. Apesar disso, devido ao movimento de translação da Terra, um ciclo lunar completo (Lua nova a Lua nova) aparece para nós, observadores terrestres, a cada 29,5305822 dias para ser exato. Este número é chamado de período sinódico ou “lunação” e é relativo ao Sol.

Então, a Lua fica iluminada pela metade em relação à nós quando está de frente para o Sol (exceto em eclipses lunares, quando a Lua passa pela sombra Terrestre). Quando a Lua e o Sol estão em lados opostos em relação à Terra, ela aparece como um disco brilhante e parece cheia em relação ao nosso campo de visão. Já a Lua fica "nova" ou escura, quando encontra-se entre a Terra e o Sol. E então, a superfície lunar parece crescer para um estado completo e depois vai diminuindo para a próxima Lua nova. 

Por muito tempo este ciclo ficou conhecido como um dos importantes marcadores de tempo, além de auxiliar no plantio e na observação do céu noturno...

domingo, 24 de junho de 2012

E aí, Universo? - A Lua (Parte I)


Olá Vigias! Em comemoração ao novo item desse blog, o calendário lunar que fica ao lado dos posts e logo abaixo do diário de observações, preparei um conjunto de posts especiais sobre a Lua e principalmente, as fases lunares.

A Lua é o satélite natural da Terra, conhecida desde os tempos pré-históricos. Depois do Sol, é o mais brilhante objeto no céu. Sabemos que a Lua orbita em torno da Terra uma vez por mês, em aproximadamente 27,3 dias. No entanto, nós observadores terrestres acompanhamos esse ciclo lunar durante 29,5305582 dias (aproximadamente 709 horas), o que torna possível identificar suas diferentes fases ao mesmo tempo em que a Terra move-se em uma distância significativa ao redor do Sol...

Antes de mais nada, quais são as fases da Lua? Por quem ela já foi visitada? Qual é a relação da Lua com o nosso planeta Terra? Essas e outras questões serão respondidas nos posts que se seguem. Apreciem!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

E aí, Universo? NGC 6369

Crédito: Hubble Heritage Team, NASA

A imagem acima, catalogada como NGC 6369, foi descoberta no século 18 pelo astrônomo William Herschel, quando ele usou um telescópio para explorar as entranhas da constelação Ophiucus. Em forma de círculo, essa nebulosa planetária é fraca e por isso adquiriu o apelido de "Nebulosa Fantasminha". 

Bom, geralmente as nebulosas planetárias não são totalmente relacionadas a planetas, mas são criadas no final de um sol. Como vimos, uma estrela se comprime e expande no processo de sua sequência principal (relembre aqui). Quando surge uma anã branca, ela irradia fortes comprimentos de onda, iluminando seus remanescentes. 

Alguns detalhes surpreendentemente complexos das estruturas de NGC 6369 foram revelados nessa imagem acima, fotografada pelo Telescópio Espacial Hubble. A estrutura da nebulosa principal é de cerca de um anos-luz de diâmetro, composta de oxigênio ionizado, hidrogênio e átomos de hidrogênio, que formam as cores azul, verde e vermelha, respectivamente. 

A mais de 2.000 anos-luz de distância, a Nebulosa Fantasminha oferece uma projeção do que poderia acontecer ao nosso Sol, que pode produzir sua própria nebulosa planetária apenas a cerca de 5 bilhões de anos a partir de agora.