Olá Vigias! Se tratando de nebulosa, a mais famosa é M45 (Messier 45) ou Plêiades, porque é de fácil visualização, tanto a olho nu quanto por binóculos e telescópios, ao lado da constelação de Orion. Também conhecida por "nebulosa Maia", a M45 é composta principalmente por estrelas azuis muito quentes (cujo tempo de vida está além dos 100 milhões de anos) e de uma nebulosa de reflexão que mistura poeira e gás, refletindo o brilho intenso das estrelas.
Historicamente, as Plêiades pertencem aos livros de Ilíada e Odisseia, escritos por Homero em 720 a.C, aproximadamente, como também pertencem aos livros de Hesíodo. Outra fonte importante a respeito encontra-se na própria Bíblia, onde é fácil perceber três referências em Jó (9:7-9 e 38:31-33) e Amós (5:8). O livro de Amós foi escrito no mesmo período que a Ilíada. Conforme a mitologia, o aglomerado era conhecido como Sete Irmãs e na bíblia, como Kiymah.
As Plêiades também são significativas na cultura dos indígenas da América do Sul, em especial para os Tupi-guaranis do Brasil. Seu aparecimento marca o início do ano no Calendário Tupi-Guarani. Além disto, há várias lendas Tupi explicando a existência do grupo estelar. Numa delas é visível o objetivo de incentivar uma "maternidade responsável". Uma jovem tupi, mãe de sete filhos pequenos, não cuidava dos mesmos, deixando-os ao encargo da avó das crianças. Morrendo a avó, a única alternativa dos pequenos foi voar, fugir para o céu e lá formar a constelação do Sete Estrelo, como as Plêiades são conhecidas em português.
As suas sete estrelas são: Alcíone, Asterope, Electra, Maia, Mérope, Taigete e Celeno, representadas pelas sete filhas de Atlas, um dos titãs condenado por Zeus a sustentar os céus e o primeiro rei de Atlântida, casado com Pleione. Alguns relatam que "Plêiades" derivam principalmente do nome Pleione.
Fisicamente, M45 é composta em sua maior parte de estrelas e poeira. Em todo caso, as suas estrelas são envolvidas em uma nebulosa de reflexão. Mas o que é uma nebulosa de reflexão?
Uma resposta simples para uma pergunta também simples: nuvens de poeira que refletem a luz de uma ou mais estrelas vizinhas. Por não terem a temperatura ideal para se ionizar, assim como as nebulosas de emissão, apenas refletem o brilho das estrelas e tornam visível a existência dos gases. Curiosamente, as nebulosas de reflexão são em sua maioria azuis porque a dispersão do espectro azul é mais eficiente que de outros espectros (fenômeno conhecido aqui na Terra também, por isso o nosso céu é azul).
Apesar de estarem juntas, M45 e a nebulosa de reflexão não pertencem uma a outra. Estudos indicam que a nuvem não é um remanescente das plêiades porque ambas possuem velocidades diferentes. Nesse ritmo, as Plêiades serão levadas até Orion antes de se dispersarem pela Via Láctea daqui a alguns milhões de anos e destruídas por marés de campos gravitacionais.
O próximo post será relacionado a nebulosas planetárias!
E aí, Universo?